domingo, 23 de dezembro de 2012

As Vantagens de Ser Invisível




Como é se sentir sozinho, isolado, sem amigos? Como é se sentir invisível?

Para Charlie não é nada fácil. No filme As Vantagens de Ser Invisível Charlie (Logan Lerman) nos conta sua história através de cartas enviadas a um desconhecido (que poderia ser eu ou você), as vezes triste as vezes alegre. Ele é um menino entre seus 15 e 16 anos que acaba de entrar para o ensino médio, mas tem uns fantasmas para superar: sua timidez, suas inseguranças, a depressão desenvolvida após o suicídio do seu melhor amigo e, por isso,  o que lhe causa maior tristeza é a solidão, não poder fazer parte de uma turma, não ter com quem sentar no refeitório, nem com quem dividir seu gosto por literatura e música. Além de tudo isso Charlie carrega consigo um tráuma e uma culpa enorme que o leva a um comportamento suicida. No entanto, Charlie não quer que seus mais de 3 mil dias de aulas restantes sejam sempre tão solitários. Porque Charlie deseja, acima de todas as coisas, companhia.

As coisas começam a mudar para ele quando Patrick (Ezra Miller) e Sam (Emma Watson) cruzam o seu caminho e são capazes de oferecer a Charlie tudo aquilo que ele tanto almejava.

Patrick é gay, namora um jogador de futebol americano que não quer assumir o relacionamento.

Sam, menina bonita, por vezes ingênua, com um passado meio promíscuo e que segundo Charlie não se dá o valor que merece.
Emma e Logan deixando Hermione e Percy para trás
Com essa amizade Charlie passa curtir essa fase vida, e junto com ele passamos a presenciar momentos iluminados e de beleza simples e encantadora. Charlie dá o primeiro beijo, se apaixona a primeira vez, se droga, vai a festas e faz tudo que não seria possível fazer sozinho.



O longa ganha muito pontos pelo elenco. O trio principal está incrível e rola muita química entre eles. Logan Lerman segurou bem esse personagem tímido e que carrega tanta dor consigo. Emma Watson, linda para variar, surge encantadora e dá um frescor a sua interpretação que torna impossível não se apaixonar por Sam. Por último, mas não menos importante, Ezra Miller impecável – repare nele na cena da peça teatral. O filme ganha mais pontos ainda no que tem de melhor: o roteiro escrito pelo diretor Stephen Chbosky baseado no livro homônimo também de sua autoria. Os diálogos do filme são um primor e de uma profundidade raramente encontrada em filmes desse tipo.

Agora pergunto a você: será que não existe em alguma parte sua um pouco do Charlie? Será que você também não deseja as mesmas coisas que ele? Porque em mim há sim!

                Sou como Charlie, preciso de amigos para me sentir vivo e parte do mundo.

Amizade, aquele sentimento que estranhamente nos faz sentir inteiros, completos – ou como diz Charlie – nos faz sentir infinitos. Amigos são aqueles que mesmo sem saber nos serve de apoio para que não caiamos no abismo que se encontra em nosso interior, sejam aqueles amigos bem próximos, aqueles que vemos diariamente, aqueles que não vemos com tanta frequência, os amigos virtuais, os amigos que não conhecemos – como o destinatário das cartas de Charlie.

Poucas foram as histórias que me tocaram e me marcaram tanto, na qual agora se inclui As Vantagens de Ser Invisível. E isso aconteceu pela forma tão sensível com que temas tão fortes foram tratados: drogas, sexo, homossexualidade, descobertas, medos, traumas, mas principalmente a amizade. Amei o filme, ele já é de longe um dos meus preferidos. Há muito tempo não ficava tão comovido e enternecido por uma história.

E ao final descobrimos, juntamente com Charlie, as vantagens de ser notado. As vantagens de ser visto.

Bem-vindo à turma!



“Eu sei que tem pessoas que dizem que essas coisas não acontecem, e que isso serão apenas histórias um dia. Mas agora nós estamos vivos. E nesse momento, eu juro. Nós somos infinitos.”

Trecho retirado do filme



The Perks of Being a Wallflower (EUA, 2012). Drama, romance. Cor. 102 min.
Direção:
Stephen Chbosky.
Elenco:
Logan Lerman, Emma Watson, Ezra Miller.

Notas: IMDb 8.4 em 10, Metacritic 67 em 100

terça-feira, 13 de março de 2012

Star Trek


O destino prega peças interessantes. Coisas que antes pareciam certas, deixam de ser em um instante e coisas aparentemente impossíveis, tornam-se fáceis na mesma velocidade. Por isso se julgar incapaz de algo, acredite, é uma besteira.
Em Star Trek os personagens se deparam a todo momento com as reviravoltas da vida. No inicio do filme acompanhamos o nascimento de James T. Kirk dentro de uma nave atacada pelo vilão da história Nero, enquanto seu pai se sacrificava ao cometer um ato suicida na tentativa de salvar a vida do filho. Em mais dois avanços de tempo acompanhamos o crescimento de Kirk e Spock. Kirk um jovem arrogante e sempre em busca de problemas. Spock um Vulcano que tenta sobrepor seu lado racional em detrimento de seu lado emocional herdado da mãe humana. E quis o destino que estas pessoas tão diferentes fossem parar no mesmo local: Academia de formação de cadetes da frota estelar.
Para quem acompanha a série Jornada nas Estrelas este filme é uma espécie de préquência do cânone original. E para quem, assim como eu, nunca tinha visto algo relacionada a série acredite é ótimo da mesma forma, ou até mais legal, na verdade, porque como não tinha conhecimento prévio a respeito da história e de seus personagens pude aproveitar mais o filme sem me importar com o que se alinhava a história original, o que estava certo o que estava errado, esse tipo de coisa.
A direção de J.J. Abrans é super competente. O filme ganha um ritmo agiu, necessário ao desenvolvimento da história. O roteiro é bem cuidadoso com muita ação e graça também.
A escolha do elenco foi um achado, um grupo coeso, afiado e que se adaptaram muito bem aos famosos personagens. Chris Pine como Kirk, Zachary Quinto como Spock, Karl Urban, Zoë Saldana e o vilão Eric Bana.
Ano que vem teremos uma nova aventura dessa turma, por isso é bom já assistir este episódio para ficar aguardando ansiosamente pela chegada de Star Trek 2.
E vamos aproveitar e torcer para que o destino ou o acaso sejam bons para nós também. Mas saiba que, qualquer um dos dois que aparecer na sua vida, não tem 100% de controle sobre você, pois você tem o livre arbítrio e controle sobre o que te cerca. Porque nessa jornada pelas estrelas quem tem o poder de nos fazer felizes somos nós mesmos.
“Você é totalmente capaz de decidir seu próprio destino.
A questão que está encarando é: que caminho vai escolher?
É algo que só você pode decidir”
Trecho retirado do filme
Star Trek (EUA, 2009). Ficção Científica . Cor. 127 min.
Direção: J.J. Abrams.
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Karl Urban, Zoë Saldana e Eric Bana.
Notas: IMDb 8.1 em 10, Metacritic 83 em 100

quinta-feira, 8 de março de 2012

Galera que acompanha o blog, estou um pouco ausente por estes dias, mas prometo que neste final de semana teremos post novo. OK?! Voltem sempre.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Shakespeare Apaixonado


Este não é um filme biográfico, muito menos a versão histórica dos fatos, mas é justamente esse o charme de Shakespeare Apaixonado: a maneira que os roteiristas encontraram para contar a história de como Shakespeare criou a história de Romeu e Julieta.

Sofrendo de um bloqueio criativo Will Shakespeare se dá conta de que pra voltar a escrever bem ele precisa de uma nova Musa, a mulher que irá inspirá-lo trazendo o amor de volta a sua vida, tornando a escrita mais fácil e fluida. É então que ele conhece Viola, moça da alta aristocracia, apaixonada por teatro em uma época em que era proibido mulheres no palco e que ao descobrir que seu autor preferido (Shakespeare) faria audições para uma nova montagem se fantasia de homem, para assim, poder participar. A paixão fulminante dois é ameaçada, pois Viola está prometida em casamento ao Lord Wessex. Bem pra resumir o filme digo que Shakespeare escreve sua obra mais famosa, Viola faz o que lhe é de obrigação e o amor do qual o filme fala, bem o amor, este não morre.

O filme venceu 7 Oscars em 1999 melhor filme, melhor atriz (Gwyneth Paltrow), melhor atriz coadjuvante (Judi Dench), melhor direção de arte, melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor roteiro original. O único prémio que discordo completamente é o de melhor atriz, já até disse isso aqui no blog, Gwyneth nunca demonstrou uma interpretação tão magnifica assim, nem aqui. Dizem as más línguas que este foi um prémio político, afinal eles não dariam o Oscar para uma atriz latino-americana como Fernanda Montinegro.

O principal tema do filme, assim como da história de Romeu e Julieta, é o amor, mas não qualquer amor. É sobre o grande amor da vida. Aquele que segundo alguns só acontecem uma vez, que arrebata, sem controle, sem freios e sem destino certo. É o amor que inspira. O amor que nunca morre, mesmo que os corpos dos amados se separem. Romeu e Julieta que os digam: ao morrerem fizeram da sua história de amor a mais famosa e imortal de todos os tempos.

Segundo o dicionário Aurélio amor é: Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro. Inclinação sexual forte por outra pessoa. Afeição, amizade, simpatia. O objeto do amor. Esse sentimento que pode ser descrito de forma tão simples, que na cultura ocidental, se transformou na maior conquista que um ser pode conseguir ao encontrar o AMOR da sua vida e desse momento em diante se sentir completamente realizado, aquele sentido de que não falta mais nada. No filme Will conquista este amor e com ele toda sua inspiração.

Mas isso me faz pensar: será por que nos sentimos tão impelidos a realizar atos grandiosos, a perseguir sonhos, a mudar todo nossa vida por amor a alguém? Porque, acredite ou não, este tipo de amor motiva a ser o melhor que se pode ser, a querer o melhor que conseguir, a atingir a plenitude física, espiritual, sexual e emocional. Se elevar a outro plano potencializando os pontos fortes e fazendo se esquecer dos pontos fracos. Pode parecer piegas, mas acredite ele existe. E eu espero querido leitor que você possa viver algo parecido, de verdade, espero mesmo.

Que você encontre, assim como Will e Viola no filme, aquela pessoa capaz de trazer a sua vida: poesia, aventura e amor. E tudo de uma vez só.

A Poesia para tornar a distancia e a ausência mais suportáveis e a presença mais prazerosa e profunda.

A Aventura de descobrir coisas e prazeres novos, a promessa de novas perspectivas e experiências.

E o amor que ilumina a alma e clareia os dias que ilumina mais que o sol e ofusca a lua. E que acima de tudo satisfaça, com juras de amor, uma alma solitária.

“Meu amor é tão profundo que quanto mais te der, mais tenho pra dar.”

Trecho retirado do filme

Shakespeare in Love (EUA, Reino Unido, 1998). Comêdia Romantica. Cor. 123 min.
Direção: John Madden.
Elenco: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Judi Dench, Imelda Staunton, Colin Firth, Bem Affleck