quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Tudo Para Ficar Com Ele e Quando em Roma

Resolvi falar de duas bobagens neste post, até porque os dois filmes não mereciam um post separado. Bem o primeiro é o filme Tudo Para Ficar Com Ele, estrelado por Cameron Diaz, Christina Applegate, Selma Blair. Conta a história de um grupo de amigas, bonitas, realizadas profissionalmente e não querem saber de compromisso sério, querem só pegar e depois jogar fora, até que Christina (Cameron Diaz) se apaixona por Peter (Thomas Jane) e resolve ir atraz dele, no que ela acha ser o casamento do irmão dele, porém o casamento é do próprio Peter. Basicamente o filme se resume a isso.

O segundo filme é Quando em Roma mostra uma curadora de um museu Nova-iorquino Beth (Kristen Bell, a voz da Gossip Girl) vai a Roma para o casamento da irmã, durante a cerimonia e a festa ela se apaixona por Nick (Josh Duhamel, de Transformers) - vamos combinar que não é muito difícil se apaixonar por qualquer um deles, né? - Porém ela o vê beijando outra mulher e bebe para afogar suas magoas enquanto retira moedas da Fontana d`Amore, o que ela não sabe é que a fazer isso os donos originais das moedas se apaixonam perdidamente por ela. Ao voltar para Nova York ela passa a ser perseguida por estes cinco homens e para quebrar o encanto ela deve devolver as moedas a cada um deles até sobrar o do seu grande amor Nick.

Os dois filmes apresentam todas aquelas gagues das comédias românticas, com menor e maior êxito, se vocês me perguntassem se eu gostei dos filmes eu responderia: não, mas gostei muito e ri muito de algumas cenas isoladas, não do filme como um conjunto.

Em Tudo Para Ficar Com Ele destaque para as cenas: da música Grande pra caber aqui, a cena do elefante, a parte do brilho labial que cai no piso do carro, a cena da igreja e a que eu mais ri a cena em que eles cantão I Don't Want To Miss A Thing do Aerosmith é de chorar.

Já em Quando em Roma são muito engraçadas as cenas do vaso, do carro Europeu nos EUA, e as cenas de perseguições sofridas por Kristen Bell.

Os dois filmes, assim como a maioria das comedias românticas, transmite a mesma mensagem que, no amor, devemos sair da nossa zona de conforto e ir para uma zona com mais turbulência, sair da inercia e ir à luta (acho que alguém deveria seguir o que escreve!) e é neste movimento dos personagens que se encontra a graça dos filmes, porque eles têm coragem de fazer coisas que nós não temos e assim viver situações constrangedoras e absurdas, claro que com os exageros cabíveis ao gênero.

“Eu descobri uma coisa que mudou minha vida: Não tem problema a gente se arriscar.”

“Você pode acabar de coração partido ou pode viver o maior caso de amor que o mundo já viu, mas só vai saber se tentar. Porque, querida, a paixão está no risco.”

Trechos retirados dos filmes

The Sweetest Thing (EUA, 2002). Comédia Romântica. Cor. 88 min. Sony Pictures.
Direção: Roger Kumble.
Elenco: Cameron Diaz, Christina Applegate, Selma Blair, Thomas Jane.

Notas: Metacritic 32 de 100, IMDb 4.7 de 10

When in Rome (EUA, 2010). Comédia Romântica. Cor. 91 min. Disney.
Direção: Jonathan Demme.
Elenco: Kristen Bell, Josh Duhamel, Anjelica Huston, Danny DeVito, Jon Heder, Will Arnett

Notas: Metacritic 25 de 100, IMDb 5.1 de 10

domingo, 28 de agosto de 2011

Meninos Não Choram

Depois de Transamérica eu volto a falar de outro filme de temática gay e que aborda mais uma vez a transexualidade e mostra de maneira realista como é complicada a vida de pessoas que sofrem com crise de identidade sexual e como eventos ocorridos há tanto tempo ainda tem relevância e encontra paralelo com os dias atuais.

O filme narra a história verídica de Teena Brandon que desconfortável com seu corpo decide assumir e passar a ser identificada como homem, mudando seu nome para Brandon Teena. Em 1993 depois de alguns problemas legais em sua cidade natal ele se muda para Falls City uma cidade no interior do estado de Nebraska, um lugar com famílias mal estruturadas, jovens com empregos mal remunerados e sem expectativas de dias melhores, afundados em álcool e drogas. Lá Brandon conhece um grupo de rapazes e moças, fica amigo deles e se apaixona por Lana Tisdel (Chloë Sevigny). Durante todo o tempo em que Brandon permanece entre os amigos ele não revela sua verdadeira identidade, nem mesmo durante o sexo com Lana. E por não revelar que realmente é Brandon Teena mantem-se sempre afastado e com algumas reservas. O grupo de amigos era formado, além de Brandon e Lana, por dois ex-presidiários John Lotter (Peter Sarsgaard) e"Tom" Nissen e por outras duas meninas.

Porém o clima de amizade muda radicalmente quando eles descobrem a verdade sobre Brandon Teena.

O principal tema que o filme aborda é a forma como lidamos com as diferenças e como a aparência tem relevância neste papel. Enquanto Teena conseguia dissimular sua condição homossexual, através de artifícios como corte de cabelo, vestuário, o volume da calça adquirido pelo uso de meias enroladas e pênis de borracha, ela estava resguardada pela frágil estrutura social do lugar, mas quando a verdade vem à superfície Teena se torna vítima da intolerância e do preconceito levados ao extremo da violência, ela é violentada, estuprada, ameaçada e morta a sengue frio por quem até pouco tempo eram seus amigos, no saldo de mortos ainda tem mais duas pessoas que ajudaram Teena mesmo depois de saberem que ela era um mulher, ou segundo eles uma aberração. Nissen testemunhou contra Lotter e foi condenado à prisão perpétua. John Lotter foi condenado a pena de morte. Acredite isso aconteceu em 1993, mas bem poderia ter sido notícia dos jornais de ontem à noite, uma vez que agressões à comunidade GLBT é tão comum.

A foto abaixo é reail e mostra Brandon e Lana

A outra foto é uma comparação entre Brandon Teena real e a versão de Hilary Swank

O filme dirigido por Kimberly Pierce levanta todo um leque de discussões a este respeito, por ser um filme independente ele sofre em alguns momentos pela falta de dinheiro, a iluminação às vezes também deixa a desejar, mas nada disso foi capaz de ofuscar a brilhante interpretação de Hilary Swank, vencedora do Oscar de Melhor Atriz por este filme, ela foi capaz de uma entrega, de se despir de qualquer orgulho e vaidade para afundar na personagem. Os trejeitos, as expressões, nada, nada passou despercebido na hora da construção da personagem, quem você vê na tela não é a atriz Hilary Swank interpretando Teena Brendon ela é a própria Teena é impossível ver a atriz por baixo daquela roupa e corte de cabelo. É magistral, é extraordinário o trabalho realizado Hilary, colocando-a ao lado das pouquíssimas performances do cinema que pode ser chamada de fantástica.

Mas o que vemos de mais bonito é a vontade que Brandon Teena tinha de ser amada e aceitada por ser quem ela era, e não quem os outros gostariam que ela fosse sem dar explicações ou pedir desculpas por isso. E melhor ainda quando você encontra uma pessoa capaz de te amar sem pedir mudanças e te aceita assim deste jeito.

“- Você é tão lindo!”

“- Só está dizendo isso porque gosta de mim.”

(Lana para Brandon Teena)

Trecho retirado do filme

Boys Don't Cry (EUA, 1999). Drama. Cor. 118 min. Fox Searchlight.
Direção: Kimberly Pierce.

Elenco: Hilary Swank, Chloë Sevigny, Peter Sarsgaard.