sábado, 21 de janeiro de 2012

Shakespeare Apaixonado


Este não é um filme biográfico, muito menos a versão histórica dos fatos, mas é justamente esse o charme de Shakespeare Apaixonado: a maneira que os roteiristas encontraram para contar a história de como Shakespeare criou a história de Romeu e Julieta.

Sofrendo de um bloqueio criativo Will Shakespeare se dá conta de que pra voltar a escrever bem ele precisa de uma nova Musa, a mulher que irá inspirá-lo trazendo o amor de volta a sua vida, tornando a escrita mais fácil e fluida. É então que ele conhece Viola, moça da alta aristocracia, apaixonada por teatro em uma época em que era proibido mulheres no palco e que ao descobrir que seu autor preferido (Shakespeare) faria audições para uma nova montagem se fantasia de homem, para assim, poder participar. A paixão fulminante dois é ameaçada, pois Viola está prometida em casamento ao Lord Wessex. Bem pra resumir o filme digo que Shakespeare escreve sua obra mais famosa, Viola faz o que lhe é de obrigação e o amor do qual o filme fala, bem o amor, este não morre.

O filme venceu 7 Oscars em 1999 melhor filme, melhor atriz (Gwyneth Paltrow), melhor atriz coadjuvante (Judi Dench), melhor direção de arte, melhor figurino, melhor trilha sonora, melhor roteiro original. O único prémio que discordo completamente é o de melhor atriz, já até disse isso aqui no blog, Gwyneth nunca demonstrou uma interpretação tão magnifica assim, nem aqui. Dizem as más línguas que este foi um prémio político, afinal eles não dariam o Oscar para uma atriz latino-americana como Fernanda Montinegro.

O principal tema do filme, assim como da história de Romeu e Julieta, é o amor, mas não qualquer amor. É sobre o grande amor da vida. Aquele que segundo alguns só acontecem uma vez, que arrebata, sem controle, sem freios e sem destino certo. É o amor que inspira. O amor que nunca morre, mesmo que os corpos dos amados se separem. Romeu e Julieta que os digam: ao morrerem fizeram da sua história de amor a mais famosa e imortal de todos os tempos.

Segundo o dicionário Aurélio amor é: Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem. Sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro. Inclinação sexual forte por outra pessoa. Afeição, amizade, simpatia. O objeto do amor. Esse sentimento que pode ser descrito de forma tão simples, que na cultura ocidental, se transformou na maior conquista que um ser pode conseguir ao encontrar o AMOR da sua vida e desse momento em diante se sentir completamente realizado, aquele sentido de que não falta mais nada. No filme Will conquista este amor e com ele toda sua inspiração.

Mas isso me faz pensar: será por que nos sentimos tão impelidos a realizar atos grandiosos, a perseguir sonhos, a mudar todo nossa vida por amor a alguém? Porque, acredite ou não, este tipo de amor motiva a ser o melhor que se pode ser, a querer o melhor que conseguir, a atingir a plenitude física, espiritual, sexual e emocional. Se elevar a outro plano potencializando os pontos fortes e fazendo se esquecer dos pontos fracos. Pode parecer piegas, mas acredite ele existe. E eu espero querido leitor que você possa viver algo parecido, de verdade, espero mesmo.

Que você encontre, assim como Will e Viola no filme, aquela pessoa capaz de trazer a sua vida: poesia, aventura e amor. E tudo de uma vez só.

A Poesia para tornar a distancia e a ausência mais suportáveis e a presença mais prazerosa e profunda.

A Aventura de descobrir coisas e prazeres novos, a promessa de novas perspectivas e experiências.

E o amor que ilumina a alma e clareia os dias que ilumina mais que o sol e ofusca a lua. E que acima de tudo satisfaça, com juras de amor, uma alma solitária.

“Meu amor é tão profundo que quanto mais te der, mais tenho pra dar.”

Trecho retirado do filme

Shakespeare in Love (EUA, Reino Unido, 1998). Comêdia Romantica. Cor. 123 min.
Direção: John Madden.
Elenco: Gwyneth Paltrow, Joseph Fiennes, Judi Dench, Imelda Staunton, Colin Firth, Bem Affleck