terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mildred Pierce

Dizem que ser mãe é padecer no paraíso, pode até ser verdade, mas algumas padecem tanto que chegam a perder o paraíso. Este é o caso de Mildred Pierce, e tantas outras mulheres que ela representa, mãe de duas filhas, que dá um pé na bunda do marido que a traía enquanto ela fazia tortas para vender e sustentar a família e desta forma se vê independente em uma época de desespero os anos 30 ano da grande depressão, desta forma ela tem que sair de casa e procurar emprego, mas para conseguir um primeiro ela vai ter que se despir do orgulho e da vergonha e se resignar por um tempo como garçonete. Contudo é justamente neste período que ela descobre o quão forte é e que o corpo e a alma são delas para ela entregar a quem ela quiser, apesar de as vezes fazer um julgamento erra a este respeito.

Se fora de casa Mildred (Kate Winslet) sofre sendo bolinada no restaurante em que trabalha, dentro de casa o sofrimento não é menor tudo graças a sua filha mais velha Veda (Morgan Turner/Evan Rachel Wood) que sente um prazer especial ao submeter a mãe em humilhações e a rebaixando a um lugar que ela não merece. Quanto mais Mildred se dedica a filha mais ingratidão ela recebe em troca, porque Veda é prepotente, se acha muito madura, mas não passa de uma garotinha mimada, além de ser um cobrinha ingrata e manipuladora, fato este que Mildred demora a reconhecer e aceitar em uma cena espetacular entre mãe e filha.

Mas Mildred não é uma mulher passiva que aguenta tudo quieta e calada, cansada de ser garçonete ela vai a luta e abre o próprio restaurante que rapidamente se tornam 3 e fazem dela uma mulher de negócios de sucesso em uma época que isso era raro e mal visto. Surpreendeu-me ainda Mildred ter uma liberdade sexual em um período anterior a década de 60.

Para falar a verdade eu não tinha a mínima noção do que se tratava a história antes de assistir esta minissérie da HBO (a minissérie lidera as indicações do Emmy 20011 com 21 indicações), o que me motivou foi única e simplesmente a presença de Kate Winslet (minha atriz preferida!) que mais uma vez da um show de interpretação, livre de pudores e vaidades que sabe encarnar com ninguém a mulher forte e fraca, inteligente e ingênua, independente e insegura, que na humilhação fica devastada e que no sucesso fica resplandecente, que se sente bonita e depois feia, enfim a mulher em todas as suas contradições.


“Tem que parar de fazer nada e começar a trabalhar”

Trecho retirado da série

Mildred Pierce (EUA, 2011). Drama. Cor. HBO.
Direção: Todd Haynes.
Elenco: Kate Winslet, Morgan Turner, Evan Rachel Wood, Brían F. O’Byrne, Melissa Leo, Mare Winningham, Guy Pearce.

Nota: IMDb 8 de 10

Um comentário:

  1. nem vou ler... tô esperando você trazer pra mim. depois leio e comento sobre! tô curiosa, apenax

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