quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Expresso de Marrakesh


Se é filme com Kate Winslet vale a pena assistir, mesmo que o filme deixe um pouco a desejar, como é o caso de O Expresso de Marrakesh baseado no livro de Esther Freud, ela trineta de Sigmund Freud, conta a história de Julia (Kate Winslet) que decide largar a vida maçante de Londres pela exótica vida do Marrocos juntamente com suas duas filhas de cinco e sete anos atrás de descobertas e paixões. Influenciada pelo pensamento hippie Julia e as filhas sobrevivem um dia de cada vez, afinal Deus proverá, o dinheiro elas conseguem algum com venda de bonecas feitas à mão e com cheques enviados pelo pai das garotas, porém quando nada disso dá certo elas contam com a sorte, com a ajuda de um amigo inglês  e com um vigarista bonzinho de nome Bilal (Saïd Taghmaoui) (em português este nome não dá muito certo, né?) que é adorado pelas filhas dela e logo assume o papel de pai. Porém eles nunca chegam há passar muito tempo juntos porque sempre alguém tem que ir pra outro lugar, como Julia que queria seguir os preceitos da doutrina Sufi, decidindo assim ir atrás da busca espiritual.
Mas viver em um pais estranho, com uma cultura extremamente diferente e em situação tão precária e improvisada não se mostra uma escolha muito assertiva por parte dessa mãe que só percebe que essa é uma busca idealiza e sem verdades quando sua filha mais velha cai doente e sem a ter a quem recorrer, Julia decide então voltar para casa.
A direção de Gillies MacKinnon é bem feita, assim como o diretor de fotografia John de Borman, (para quem acabou de assistir O Clone na Globo vai perceber um Marrocos bem diferente com menos colorido e menos solar) porém o roteiro não foi muito competente em explorar todas as situações e toda a busca e esperança que Julia pretendia encontra por lá, apesar disso Kate Winslet consegue entregar uma personagem verdadeira e uma interpretação ótima, para variar, mesmo o personagem não apresentando curvas dramáticas bem acentuadas e sem o diretor arrancar tudo que ela pode dar. É muito curioso ver a caracterização que foi feita nela, este filme é de 1998, ou seja, Kate vinha do estrondoso sucesso de Titanic, aqui ela está bem diferente da linda e bem cuidada Rose (e que Kate Winslet não se importa de tirar as roupas em frete às câmeras, não é novidade para ninguém, sim aqui ela aparece sem roupa também). As duas atrizes mirins que fazem as filha de Julia Carrie Mullan e Bella Riza são ótimas também, elas não tem aquele ar de "isso é mentira" que algumas crianças têm em frente às câmeras.
Querer mudar de vida uma vez ou outra todo mundo quer, mas a partir de um momento na vida isso se torna mais complicado, uma vez que, querendo ou não, você deve assumir algumas responsabilidades tomar certa postura diante da vida tornando certas mudanças drásticas e radicais não mais possíveis, no caso de Julia ela tinha suas filhas, das quais ela tinha que zelar pela saúde e pela educação. Uma pena, mas acredite é verdade.

“As lágrimas são para a memória. Elas são uma dádiva de Deus. Sem elas, não nos lembraríamos de nós mesmos.”
“O mundo é feito de vergonha.”
Trecho retirado do filme

Hideous Kinky (Reino Unido, França, 1998). Drama. Cor. 98 min. Warner Bros.
Direção: Gillies MacKinnon.
Elenco: Kate Winslet, Saïd Taghmaoui, Julia Carrie Mullan, Bella Riza.
Notas: IMDb 6 de 10

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