quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Maria Antonieta



Não sei bem se estou certo, posso estar completamente enganado, mas ao assistir Maria Antonieta o que mais me chamou atenção foi o enorme vazio sentido pela personagem do título escondido debaixo de tanto tecido e cabelo.

O filme começa em 1770, quando aos quatorze anos, Maria Antonieta (Kirsten Dunst alvíssima, belíssima e ótima no papel) foi enviada a França para se casar com o delfim francês Luís Augusto de Bourbon então com dezesseis anos. Ela passa a viver em uma corte com costumes totalmente diferentes das que ela era acostumada. A corte de Versalhes vivia lotada e cheia de rituais e protocolos chatíssimos que entediavam Maria Antonieta, que eram repetidos a exaustão como o cerimonial para vesti-la que era sempre interrompido quando uma dama da corte com título mais elevado entrava no recinto, nesta ocasião Maria diz: - Isso é ridículo. Ao que a mestra do cerimonial responde: - Isso, Madame, é Versalhes.

Maria Antonieta também sofria com a pressão para gerar um herdeiro, com os boatos que circulavam na corte e davam conta de que ela era frígida na cama, com o desinteresse sexual do marido e a demora para a consumação do casamento, ela só foi “deflorada” aos 21 anos, isto é, sete anos após se casar e um ano depois de se tornar rainha.

O filme deixa muito claro como a futilidade ostentada pela corte francesa era entristecedora e insustentável, assim como para qualquer pessoa, em qualquer lugar e em qualquer época, a vida precisa ser preenchida com coisas de mais sentimentos e menos valor. Maria Antonieta, assim como nós também fazemos, tinha nestas aquisições materiais a fuga dos problemas e de sua solidão. (Eu, por exemplo, compro DVDs e você?) E com seus gestos, posturas e gastos irritava a população do país. O problema é que ela não fazia questão nenhuma de mudar sua imagem e se livrar dos escândalos da corte – bem parecido com as celebridades atuais – ela só passa um pequeno período afastada de tudo isso ao se mudar para o Petit Trianon e quando vive um caso romântico com o belo Conde Fersen, que ela conheceu em um baile de mascaras quando tinha 18 anos, vivido por Jamie Dornan (o cara aí de baixo, muito mais belo que seu personagem, vamos combinar) que a meu ver é quando ela realmente descobre o amor e o prazer.

Neste período Maria Antonieta se sente muitas vezes sozinha mesmo cercada por tantas pessoas e como toda garota da sua idade ela resolve se curar fazendo compras, ela gatava fortunas em roupas, sapatos e penteados, calcula-se que ela gastava 7 milhões de dólares por ano com estes caprichos. (Fala a verdade este é o sonho de qualquer um, né?).

Tanta opulência leva a falência da corte e a revolta popular e Maria Antonieta termina a vida de forma trágica. Mesmo se curvando na sacada do palácio ao populacho é condenada e guilhotinada em 16 de outubro de 1793 aos 38 anos. Isso não é mostrado no filme, mas se vocês disserem que estraguei a história, não estraguei nada, isso está em todos os livros de História por aí.

A direção do filme é de Sofia Coppola, que cria imagens lindas e nos brinda com uma exuberância visual que vai encher seus olhos, transitando muito bem entre a opulência e o idílico, a escolha que ela faz da trilha sonora é interessantíssima ao assistir os créditos iniciais parece que estamos prestes a ver uma comedia romântica com a Jennifer Aniston, é legal também perceber a presença de objetos modernos em alguns trechos do filme, como por exemplo, um tênis All Star. A direção de arte encanta nos detalhes desde a decoração dos ambientes até nos doces servidos. E claro o figurino, vencedor do Oscar de 2006 que conta com sapatos desenvolvidos Manolo Blahnik. Paleta de cores é composta por tons pasteis principalmente de azul, rosa e bege presentes nas roupas, na decoração e nos bolos e doces servidos. Só como curiosidade Luiz Fernando Carvalho se inspirou nas escolhas de Sofia para este filme para fazer a microssérie Capitu.

“- E quando disseram à rainha que seus súditos não tinham pão, sabem o que ela disse?

- Que comam bolo.”

Trecho retirado do filme

Marie Antoinette (EUA, França 2006). Drama histórico. Cor. 122 min. Sony Pictures.
Direção: Sofia Coppola.
Elenco: Kirsten Dunst, Jamie Dornan, Jason Schwartzman

3 comentários:

  1. ai amigo, me recolho! HAHAHA detesto Sofia Coppola, a Kirsten Dunst é feia e a cena do all star me indigna! isso tudo porque eu nem vi o filme :P

    ResponderExcluir
  2. JÁ QUERO VER O FILME, confesso que ja resisti muito pra nao ver esse filme que ate entao nunca tinha despertado meu interesse, mas agora quero ver sim rs.
    fuga dos problemas e de sua solidão > Eu compro livros, dvds e cds HAHA
    Muita coisa que você disse que eu nem sabia que existia, HAHAH depois você me ensina mais detalhes pra serem vistos nos filmes =P
    Parabens amigo!

    ResponderExcluir
  3. Ameeei o post. Muito bom mesmo.
    Agora fiquei super ansioso pra ver o filme, haha.
    Dunst é diva master e pelo que li aqui ela fez bonito nessa produção então. Adorei Bruno.

    ResponderExcluir